sexta-feira, 16 de agosto de 2013

#ALIMENTAÇÃO - Polêmica: Carboidrato no Jantar, Emagrece SIM !

Senti o universo se aproximando da perfeição ao saber, durante uma sessão de drenagem linfática, que agora não era mais pecado ingerir carboidratos à noite. Fã da comfort food, nunca digeri muito bem as tais dietas que pregam o consumo de proteína do café da manhã ao jantar. Na busca por alternativas ao Atkins e à Dieta Dukan, ouvi da massagista Renata França – a mais disputada de São Paulo por seu “toque milagroso” – que suas clientes estavam afinando com o que sempre foi proibido nos regimes alimentares. “Elas comem carboidrato à noite e amanhecem com a barriga colada nas costas”, me disse em tom de confidência. Fui investigar e, como dizem lá em Minas, pirei na batatinha (apesar de, descobri mais tarde, a mandioca ser mais saudável). 


Quase todas as clientes de Renata se consultavam com o nutricionista Marcelo Ferro, então fui atrás dele também. Ferro é defensor da chamada dieta seletiva, que nunca mistura carboidrato e proteína no mesmo prato. Segundo ele, para emagrecer e ter uma vida mais saudável, o ideal é respeitar as horas certas para consumir cada alimento. E, claro, comer com moderação. Proteínas devem ser ingeridas no almoço; carboidratos, no jantar. “Um elevador sobe e desce ao mesmo tempo? Não. Então por que o nosso corpo faria isso?”, compara Ferro, seguidor do método que tem aval do médico e pesquisador australiano Ahmad Afaghi.

Foi estudando sobre como a alimentação influencia na qualidade do sono de diversos pacientes que Afaghi descobriu um ótimo efeito colateral: o emagrecimento. Suas pesquisas demonstraram que ingerir somente carboidratos complexos saudáveis (arroz integral, raízes, batata-doce, mandioca, aveia) três a quatro horas antes de dormir melhora o sono significativamente e traz consequências positivas na liberação de hormônios, principalmente o GH, o famoso hormônio do crescimento. “Mais GH liberado durante o sono possibilita uma melhor oxidação (queima) das gorduras nesse período”, explica Ferro.

Na prática, a dieta consiste de pães integrais com geleias em açúcar ou azeite no café da manhã e frutas nos lanches. No almoço, come-se proteína animal, folhas e vegetais com baixo amido (como brócolis, palmito, rúcula e tomate). À noite deve-se ingerir carboidrato puro. Seguindo o cardápio, emagreci dois quilos na primeira semana fazendo exercícios leves dia sim, dia não. O plus da dieta seletiva é que ela ainda promete prevenir o envelhecimento precoce e as falhas de memória (ambos causados pelo excesso de proteínas consumidas diariamente). O método não conta calorias, mas é rígido na combinação dos alimentos. Penne com tomates, abobrinhas e outros vegetais está liberado, mas nem pense em turbinar seu macarrão com molho branco ou frutos do mar. O delicioso risoto de arroz negro com legumes (mas sem queijo) da cozinheira Catherine Vanazzi é uma boa opção de jantar .

Em recente entrevista ao The NewYork Times, Miuccia Prada disse que “no futuro as pessoas serão definidas pelo jeito como envelhecem”. Ferro, que também é especialista no assunto, diz que para soprar velinhas com fôlego por muito tempo o ideal é consumirmos de 15% a 20% de proteínas por dia. Não mais. O segredo também está na preparação. Cozinhar com óleo de coco e azeite é bom; manteiga e creme de leite, esqueça. E assim descobrimos que não somos apenas o que comemos, mas como – e quando - comemos

Por - Alexandra Farah - VOGUE


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